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No Rio, um novo Orfeu do Carnaval

30/01 – Allegro Crescendo
O controle estará por todas as ruas da cidade

Urinar nas ruas do Rio de Janeiro pode levar o folião para a cadeia durante os dias de Carnaval. Segundo o Jornal O Dia, o efetivo da Guarda Municipal do Rio está orientado para levar preso em quem estiver urinando em via pública e responderá por ato obsceno. O detido poderá pagar o mesmo que um dono de animais paga por não recolher as fezes deixadas das ruas, o estimado entre RS 28,29 reais e R$ 2.829,77 reais.

A recomendação vem da Secretaria Especial de Ordem Pública, que no ano passado recebeu inúmeras reclamações sobre a situação. Ainda segundo o jornal, este ano serão instalados 3.200 banheiros químicos em toda a cidade (quatro vezes a quantidade de banheiros no ano passado), justamente para evitar que os foliões respondam por processos criminais. Estima-se que até o dia 21 de fevereiro, serão 641 desfiles e uma multidão de 2,49 milhões de pessoas por dia.

17/02 – Andante Rubatto
Na quarta de Cinzas, a Democracia que vem do xixi…

23/2 – Largo, ma non troppo

(Texto de Mara Telles, desde Belo Horizonte)
Lamentáveis os atos do prefeito do Rio de Janeiro – Eduardo Paes – punindo o cidadão comum para salvar o desejo da zona sul carioca por um choque d’ordre. Mas, a ordem é obrigação somente da “patuléia”, no caso do Rio, do povo que desce o morro.

O detalhe do imbróglio é que o PT, apesar de acertadamente ter apresentado um programa mais à esquerda em seu último Congresso, acaba por se aliar a todo tipo de gente, inclusive aos mesmos que botam o bloco da polícia na rua para correr atrás dos foliões mijões. Todo o programa da esquerda no Brasil, atualmente, se resume à justiça social – o que é absolutamente necessário e não é pouca coisa!. Mas, a questão da incorporação dos valores do morro pela gente do asfalto, a diversidade democrática, a cultura do cidadão comum e o diálogo para além da clivagem Estado/Mercado, não foram ainda temas incorporados ao debate de nenhum dos candidatos de plantão.

Não passa nada: a esquerda brasileira nunca foi lá muito democrática – salvo honrosas exceções. De resto, também a direita jamais deixou de se pautar pelo ranço autoritário. Um certo governador aboliu os tabagistas por canetada e os humilha cotidianamente, obrigando-os a exercer seu direito ao vício somente após as faixas amarelas, pintadas nas calçadas, como a separar os cidadãos comuns dos quase-marginais. Terão escolhido o amarelo para alegrar a metrópole gris, nestes dias em que as enchentes castigam a cidade?

No patropi, que hoje exibe orgulhosamente o título de oitava potência mundial – pouco sobra para o debate, sobretudo numa eleição que toma caminho plebiscitário, restando ao eleitor apenas se posicionar “contra” ou a “favor” do Nosso Guia.

É a economia, estúpido!


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